segunda-feira, 23 de março de 2015
O PROFETA E A SEMENTE / PARADIGMA DO NOVO TEMPO SOCIAL
Não há assunto mais badalado e comentado do que crise e todo o seu conteúdo que geralmente abarca do econômico ao social. Vamos estudar com mais profundidade toda esta questão. Já imaginaram todas as transformações sucedidas em uma semente? No início era linda como uma pérola ao sol, em seguida apodrece e desmancha-se na terra. Em pouco tempo vem o caule, as folhas, as flores e os frutos.
Em nossa sociedade está havendo uma crise de valores caducos, ultrapassados, reusados, remendados, mas que possuem em suas essências verdades universais que foram soterradas e suplantadas pela ânsia ao poder, ao enriquecimento ilícito e principalmente à escravidão e desvalorização do outro.
Os homens anseiam por liberdade, fraternidade, justiça social e não adianta esta avalanche de neos, que não são nerds, que não sabem da mudança dos ventos e vivem agarrados às tábuas de suas antigas caravelas repletas de escravos e ávidas de exploração da terra, do saque, da destruição ambiental, porque estamos no tempo dos transatlânticos, no momento em que as idéias saltitam por sobre os continentes em busca da igualdade e da valorização do outro.
Venham a nós as cooperativas formadas pela união sincera e fraterna dos grupos humanos, dando como exemplo agregação de pequenos proprietários de terra adquirindo em conjunto máquinas e equipamentos; plantando e colhendo de forma ecologicamente sadia, construindo casas, hospitais, igrejas em comunidades e organizando sistemas de distribuição de bens produzidos.
Erguendo escolas comunitárias com metodologias interdisciplinares e transdisciplinares ao mesmo tempo, assessorados por hábeis especialistas formados em grandes universidades, aplicando o resultado de suas pesquisas laboratoriais em um desenvolvimento sustentável.
Em seguida surgirão cadeias de supermercados aliadas a uma central de compras ligada a um pólo industrial de produção cooperativista atendendo a organizações comunitárias com projetos de alimentação saudável para as populações, de tal forma que não haja fome em lar algum.
Assim também funcionarão as fábricas e indústrias comunitárias e cooperativistas também com desenvolvimento sustentável, obedecendo a rodízios em suas administrações e postos de serviços, de tal forma que todos tenham oportunidades gerais; também unida a centrais de compras e distribuições para centros comunitários, cumprindo assim a meta de que não falte nada a ninguém.
O que é mais triste não é o velho sistema porque se chegamos até aqui foi graças ao seu esforço e suas conquistas. Mas o nosso convite é para inaugurar agora o novo, pois o de antes, merecedor de todo o nosso respeito já está velho demais para os nossos anseios e já se aposentou há tempo e não tem como remendar um pano velho com um remendo novo. Não é assim que diz o evangelho dos apóstolos?
Em épocas de transição é necessário ser solidário, ter a mente aberta, uma atitude de renúncia frente ao aparente caos, que nada mais é do que uma fonte inesgotável de idéias e uma oportunidade sensacional para colocarmos nossos pés em um mundo de igualdade e fraternidade em um conjunto de nobres idéias.
O momento é difícil? Sem dúvida alguma e nada é tão simples assim como se pensa. Não é fácil ser o feto e o embrião de um novo tempo, mas vale a pena olharmos o futuro agora mesmo, neste aqui aparentemente confuso, neste momento convulso, dobrando as nossas mangas para a construção de um novo mundo já emergente dentro de um sistema cooperativista, aliado a uma democracia plena, república justa, três poderes respeitáveis e judiciário competente. Vejamos que as idéias democráticas, republicanas, dos três poderes e do judiciário não podem sair do cenário, pois fora delas nada mais será possível. Sob a marcha e o som de uma ditadura a única música que poderemos ouvir é a valsa fúnebre da morte.
Desta forma poderemos dizer que não há crise alguma, pois a maior de todas as recessões é ficarmos sempre repetindo o mesmo esquema histórico da possessividade e do apego às coisas materiais, da saudade ingênua a uma volta ao passado que não foi nada agradável pelo amordaçamento da arte, da criação intelectual, do âmbito da liberdade e dos direitos humanos. De nada adianta girar no redemoinho de uma correnteza artificial/social na falsa ilusão de que estaríamos indo em direção a um grande oceano, quando na verdade estamos rodopiando tontos em volta da repetida paisagem.
Vamos abraçar outros conceitos com a força do que aprendemos até agora, pois a humanidade é como nosso corpo onde não há nenhuma célula e nenhum sistema separado um do outro; portanto há indivíduos sim, mas com funções dotadas para participar do destino de toda a humanidade, com egoência e não com egoísmo, pois este causa a separatividade, a dor e a anulação de todos.
Vamos abrir nossos corações a um novo tempo, onde o homem será pelo homem, pela natureza, pelo universo, palpitando coração com coração para brindar pela beleza da existência.
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