quarta-feira, 1 de abril de 2015

A CORDA ESTÁ NO PESCOÇO DE QUEM?

Ser Presidenta ou não ser presidenta? Seria esta a questão primordial da Sra. Dilma? Ora, ser ou não ser, desloca na frase um conectivo audacioso, porém perigoso. Este “ou”, eu chamaria de uma posição esquizo-paranoica, uma espécie de defesa, dentro do campo do corte (squizo) e do contrário (para) da mente, onde o indivíduo sente-se ameaçado, percebendo-se em perigo vindo de todos os cantos. O fantasma do medo vem a lhe bater em todas as portas do Palácio da Alvorada. Ela não pode cortar com todos os movimentos sociais do País, como CUT, MST, UNE, MOVIMENTOS SINDICAIS, MOVIMENTOS COMUNITÁRIOS, MOVIMENTOS DOS ETECÉTERAS DE TUDO QUE ESTÁ EM BUSCA DE DIREITOS SOCIAIS, porque encabeçam uma lendária figura de um nome singular no plural LULA. Cortar com LULA seria retirar a atmosfera entre sua terra, seu País e seu céu, os seus sonhos. O fantasma é mais proprietário do Poder que a anfitriã. Neste caso a dona da festa precisa de humildade e tolerância para não cair em um processo de frustração. No caso, a anfitriã precisa urgentemente de transcender a onipotência, de julgar-se única como tal mesmo que por direito; a onipresença, deixando que a sombra do fantasma rodopie por trás da tela do cinema; romper com a atemporalidade porque a situação da recessão e da crise devora os minutos mais preciosos do relógio nacional; não se perder em uma ideia de infinitude, porque a solução não está em fincar o pé de que assim irá até o fim, ela requer trabalhar pela reforma política a cada dia, pois esta só se faz no deslizar de cada dia. Ser Presidenta e não ser Presidenta? Neste outro caso o conectivo “e” leva a um campo de depressão. Afundar-se cada vez mais em seu terreno que é seu mandato e ir ao mais profundo do inconsciente dele que está na Câmara e no Congresso Nacional, de modo a não tornar-se inútil diante de duas raposas políticas que são Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Esta situação levaria a Presidenta a pecar contra os três princípios lógicos e fundamentais da Lógica: a) Princípio de Identidade: um ser é sempre idêntico a si mesmo. Pensar como Eduardo Cunha e Renan Calheiros seria possível pela história de vida de Dilma Roussef? 2) Princípio da não contradição: É impossível que um ser seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. Teria a mesma atitude de relação e identidade com a Câmara e o Congresso? 3) Princípio do terceiro excluído: dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente verdadeira e a outra necessariamente falsa. Haverá uma terceira possibilidade para a Presidenta Dilma Roussef, ou seja ser ao mesmo tempo tudo isto e preservar seu cargo de Presidenta sem uma renúncia? Na política há uma válvula de escape para a Lógica. Esta seria a arte dialógica. Vem outra pergunta: quando na Política o poder sobe à cabeça das pessoas quais são os fundamentos do diálogo? Este conectivo “e” pode levar ao conhecimento do “mais perverso” para compreender quem realmente na política “pensa”, pois como diria o filósofo Heidegger, “pensar é ser grato” O que é “ser grato” se não for uma experiência com a verdade (Aletheia)? Ser grato é jamais esquecer, porque quem é grato, “recorda” e recordar é trazer no coração a lembrança viva de todas aquelas pessoas que nos ajudaram. Será que estas duas criaturas estão dentro deste pensamento filosófico da verdade? Esta resposta virá depois das idas e vindas do Ministro Levy ao Congresso Nacional, com todos os seus quesitos advindos da Casa da Petição Real. Mas é bom lembrar que quando os governos se enfraquecem politicamente os ingratos saem ao tempo para tomar sol. A manteiga que o Mantega abusadamente passou no pão de cada breakfast agora apresenta uma vasilha vazia para Levy tentar consertar o telhado de uma casa sem que haja as necessárias reformas estruturais. Levy não pode falhar. Ele carrega o cheque valioso ao portador da vitória nacional, enquanto Temer, a bancada do PMDB, Renan Calheiros e Eduardo Cunha possuem em suas mãos o pergaminho onde se pode escrever o decreto do impeachment ou não da Presidenta. De tudo isto surge um jogo de interesses do qual o PMDB é quem leva mais vantagens. A falha de Levy seria o êxodo de todos os recursos monetários do País. O maior perigo não é a queda da Presidenta. O maior perigo seria Levy de mãos e pernas amarradas, refém das decisões do Congresso, sem atingir seus objetivos fundamentais. Justamente isto que todas as pessoas ainda não perceberam. Vejo empresários, industriais, funcionários, povão em geral falando e desfalando nas redes sociais, sem perceber que a forca está sendo erigida para uma, mas a corda pode estar no pescoço do povão.

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